Influenciado por esses ideais, Freire (1983, p.p. 94-97), aponta matrizes necessárias para conquistar ou chegar à práxis através do diálogo. São elas:
- O amor ao mundo e aos homens como um ato de criação e recriação;
- A humildade, como qualidade compatível com o diálogo;
- A fé, como algo que se deve instaurar antes mesmo que o diálogo aconteça, pois o homem precisa ter fé no próprio homem. Não se trata aqui de um sentimento que fica no plano divinal, mas de um fundamento que creia no poder de criar e recriar, fazer e refazer, através da ação e reflexão;
- A esperança, que se caracteriza pela espera de algo que se luta;
- A confiança, como conseqüência óbvia do que se acredita enquanto se luta;
- A criticidade, que percebe a realidade como conflituosa, e inserida num contexto histórico que é dinâmico.
É sobre esta base que Paulo Freire enfatiza o ato pedagógico, como uma ação que não consiste em comunicar o mundo, mas criar dialogicamente, um conhecimento do mundo, isto é, o diálogo leva o homem a se comunicar com a realidade e a aprofundar a sua tomada de consciência sobre a mesma até perceber qual será sua práxis na realidade opressora para desnudá-la e transformá-la.
Neste sentido, é que através do diálogo a relação educador-educando deixa de ser uma doação ou imposição, mas uma relação horizontal, eliminando as fronteiras entre os sujeitos.
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